segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Poema de amor 9

(ao grande Cineasta Manoel de Oliveira,
a meu amor memorial, Solange)

Poderei dizer com flores no lençol como é transparente o teu corpo
nestes dias de Páscoa voam algumas já secas sobre os teus seios
poema secreto meu amor para tu só saberes, amar-me-ei apenas
dizendo que já ultrapassou os mil desordenados poemas, um eixo
Norte sul que
conheço com os dedos entre as pernas e o umbigo
entre Cascais, Santiago do Chile, Serpa, Sintra, Belo Horizonte no hotel

certo para o amor dado ao mundo imenso do conhecimento
sem hora certa como os telefonemas amor sem feriados nem domingos

gosto tanto dos morangos que descamam na alma viva, no mamilo direito,
virá a casa branca, o seio rosa da minha língua e unirá mais os nossos territórios,
transparentes como os  filmes de amor do Manoel de Oliveira

José Gil

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