(na crista da onda, vamos a Sevilha
à minha esposa querida, amor eterno sem
longe nem distância, Solange)
imagino no futuro Agosto, era um calor
que arrefecia
era uma acalmia a crista da onda sem
outono anterior e bravo
simulo em casa pela janela do sol um
prateado azul o teu corpo para
mergulhar na minha terra o lugar da
serenidade, nu, o nosso sangue corria
a noite era quente e o dia solarengo
na crista da onda vejo Colares de flores
sensuais como a anca aberta
ao longo da prancha de Surf para o fazer lento
e ondulado do amor
onde descansas a tranquilidade do nosso
namoro de dez anos
o mar é esperança amor de corpo a corpo
no luar da praia curta
percorro-te as pernas e os rituais da
oração são imortais,
vamos do Guincho à Nazare onde crescem
as ondas dentro de nós
estarmos os dois novamente em Agosto nem
antes nem depois
como um segredo, um encanto ao centro e
ao sul, vamos à flor de Sevilha.
José Gil
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