sábado, 31 de janeiro de 2009

como se chama este poema - 4



(pintura de gustav klimt, "floating female nude", 1885)


A preferência por um verso curto, um esboço
o desenho apenas da mão e do dedo, um rabisco
no lume lírico do teu corpo, música a abrir, o prato
ambientes de repouso, o teu corpete branco em
corpo negro, as franjas, vamos por vielas, eu
descasco as tangerinas e o dia é aberto ao sol e à
chuva, a minha loucura é andar sem rumo, ir fora
na dinâmica da fisionomia do teu corpo colado á
parede, desenho-o como uma toalha de linho puro

Do sofrimento agudo em que vivo, dói onde já doeu
Modelo os soluços e prende-se a garganta à lágrima
transparente como vidro fininho de uma célula

No desamparo da esperança, caminho já ninguém fuma

José Gil

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