(quadro de john constable, "the traveller", s/d)
Vibra víbora terrestre debaixo da minha face
não retive os meus lábios; voei, voo, pelos ares
Nada ocultei dentro do meu coração, bato a pedra
a tua justiça juro-lhe que sou do lagar de um quadro
pintei então os teus lábios na flor dos meus olhos azuis
acena-lhe a contingência, não sei já o que isso é, vou
fazer-lhe um dedo de justiça para que não venha moer-me
junto das azeitonas verdes se alguém vem que Me siga
dou-Te graças – um país de coxas vermelhas entre as passas
víbora que atravessas o texto, textura de sangue e o verbo
do cérebro inteiro – desgraça-me na mão limpa da manhã
José Gil
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