há na pedra portuguesa em que me dói pisar
um tanto de gozo e outro de sangue, como o ventre
um desassossego de paixão calado e tímido por ti
há na alma intercontinental em que me deito
um eterno quê de pedra e de fado como se de
reza fosse o meu destino por entre as pernas
resguardando cada um dos meus pecados
toca como as pedras macias todo o corpo quente
de mel
há na pedra portuguesa em que vive o meu ventre
um luar de Brasil outro de música ou na fresta de uma
pátria repartida na língua bem longa do prazer
há um mundo tão cobarde em que me perco do
enamoramento constante em que uma rima ou métrica
é inventada, cada vez mais depressa, cada vez mais lenta
uma alma brava
há em meu corpo um sim sempre presente
que insisto em fazer de minha estrada
ou um não de romãs para mudar tranquilamente
de estrada da alegria amada
José Gil
(revisto a 2 de Janeiro de 2016)
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