segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

como se chama este poema 15



(fotografia de mark arbeit, "alain bonnefoit A", 2002)


ao meio do canal saio e entro nas estrelas

no colo do horizonte, a tua face no céu,
duas bocas beijadas, o clarão aumenta
a luz cegante do teu labirinto, não fales
apenas ouve o som e o mel na atracção
fundamental do sonho. depois mais nada,
treme o pássaro e o tronco – jamais será
escrita esta explosão junto à renda das meias
brancas o fogo arrepia a noite e o bosque
os seios nus em cones negros e rosa
arrepelados os pêlos do musgo brilhante

José Gil

Sem comentários: