quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

como se chama o poema 8



(fotografia de michael dweck, "mermaid 12"


vulto vulgar o vivo vento no veludo
onde navega o tempo, onde a flor dos
ventos, aberta às janelas - que azul e verde
verde cinzento onde o azul se perdeu na
tua alma, de que marfim é o teu lábio

senta-te e ouve as acácias na preguiça
dos pássaros, cavalos correndo em roda
da tua cintura, só um sentido a estação
do rossio, onde eu dentro de mim, um dia
quando chegar dentro de ti, regressaremos
de mão dada sem aviso às ruas da cidade
velha na nossa terra - o mundo onde teria
tudo, já não vais vulto vivo, fica em veludo.

josé gil

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