quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

como se chama o poema 6



(fotografia de jerry uelsmann, "untitled", 1992)


no labirinto sem sombras o corpo novo se levanta
um seio parado dominando a lua na chapa, senta-te
nua junto ás acácias, nenhum som só o nó dos dedos

não te ofereço ainda o lilás do papagaio, estou vendo
as sombras alongadas dos teus cabelos, entre o fundo
e o beco sem o eco do beijo intenso, a linguagem crua

as crianças correm de vermelho no parque azul, bela
natureza para uma linguagem possível, a pedra limpa
o teu corpo dobra sem som nas minas fundas da rede
do dia a dia, sol a sol no ar de madeira, os seios na
janela, o aro amarelo, a cal na parede beijo as folhas

José Gil

Sem comentários: