sábado, 7 de fevereiro de 2009

como se chama o poema 11



(fotografia de mario cravo neto, "voodoo child", 1992)


dói o que o silêncio rói com flores lilases
de sal – rente à terra branca da cal e da vida

a memória dói onde o vento toca, dói devagar
a brisa, e nada mais é nada – a árvore
segura-se à outra árvore e todos choramos

“desenhos para a mole de Turim”[1], uma última
história em bordados leves como um desafio

sigo-te por outros campos, o dos seios e da anca
como conquistar o outro lado da palavra

experimento o outro lado do baile e rezo

José Gil

[1] ANTONIELI, A.(1879) in MASSIRONI, Manfredo Ver pelo Desenho EDIÇÕES 70, Lisboa, p. 193


José Gil

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