domingo, 1 de fevereiro de 2009

como se chama o poema - 5



(pintura de georgia o'keefe, "spring tree, nº 2", 1945)


aparecem as luzes na estrada de água
e a árvore cai onde era o seu lugar de
anjo, nada fica no corpo dobrado sobre
as ancas, voamos em locuções de passado
e presente, ninguém nos ouve com os ouvidos
leitura labial onde chegamos face a face, ninguém
nos fala de lado onde renasce a árvore e se negam
as luzes, navego no eixo aberto da terra, no gozo
dos bailes de rua, os cavalos e os carros cada um
na sua direcção de amor, a casa fica aberta, todos
podem entrar no mistério dos candeeiros abertos ao
som do corpo nu, vibra coração de aço e algodão

José Gil

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