sexta-feira, 25 de março de 2016

poema do inglês

(a meu amor e esposa nesta manhã de sol em casa, Solange)

um dia soubemos onde era Londres, 1973, da alegria e sensibilidade dos sonetos de Shakespeare
podemos mergulhar das saudades do rio Tamisa, dos autocarros de dois andares vermelhos
do chá de todos os poetas e poemas - ficarão os seios nas minhas mãos verdes com as maçãs
e os frutos vermelhos nas torradas do café da manhã em plena City, tinha 17 anos e seguia
os passos de meu pai Amílcar  descobrindo a podridão  das negociatas e o direito a honra
na Europa 

viagens da minha esperança em conhecer a juventude de novos povos, os pubs o suco de
tomate vermelho e molho de pie para converter o umbigo em fogo, corri os múltiplos jardins
verdes e o corner em Hyde Park onde tudo se discutia e conheci o MPLA, a FRELIMO, o PAIGC
o seu discurso proibido em Portugal colonial mas bem recebido nesse ano na ONU, a defesa
dos direitos humanos, a anunciada libertação e independência

cruzo contigo as pernas na casa da Damaia Aguas Livres onde planeamos a escrita

José Gil

Sem comentários: