quarta-feira, 16 de março de 2016

Quebra-se o tempo

(ao meu amor eterno este jardim mineiro, Solange)

quebra-se o tempo nos teus recantos em que tu entras
sozinha em ti na rosácea do telefone de cristal, um arroz
de feijão para dormir toda a flor e vagem da tarde quente
o corpo dobra-se num tempo único ao pleno sol absoluto
como um Deus nesta entrada do Outono, Outubro a dentro
castanhas que regressam para acompanhar a carne assada,
entre-campos, campo grande nova caminhada para salvar
as pernas e deitar-me contigo pretinha na relva fresca
do jardim antigo onde os estudantes celebram suas praxes
sem paredes, sem portas nem janelas para derrubar, procuro-te
de capa preta, académica

José Gil
1 de Outubro 2015
7h

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