quarta-feira, 20 de julho de 2016

A morte e o amor

(A meu amor também preocupado com a paz e a vida em todos os continentes, Solange)

 
Nas ilhas gregas, as crianças sírias que já morreram
Foram assassinadas por todo o mundo podre.
Nas ilhas gregas, os bebés sírios que já morreram
Não vão conhecer os meus netos e filhos nesta europa
Também maçã podre, comboio e carruagem a meio caminho
Quem e como os assassinaram ultrapassando todos os limites
Nos livros dos séculos de violência e crueldade.

Estamos vivos, meu amor, até quando? E avançamos nas
Pontes e plataformas de solidariedade e esperança.
Amamo-nos por um tempo novo em todo o mundo.
Às vezes, as palavras avançam com o cinismo. Quem
Ressuscita estes homens e mulheres – e a sua consciência
Enquanto conversamos de um oceano ao outro e perante
Os bebés assassinados nas praias confirmamos a linha trágica
Mais um ano?

As palavras ficam como dois verdadeiros actores do Drama
Do amor não próximo,
Morreram no ventre do Mediterrâneo incerto, a sede em fuga

José Gil

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