quinta-feira, 14 de julho de 2016

Montinhos


(A meu amor único e exemplar, culta Solange

A orquestra do Titanic toca durante o naufrágio
do prédio na dúvida soberana dos montinhos
nas ondas de gás – ela trinca a hortelã do Martini.
à saída de cena morre-se sempre antes do tempo,
activos sólidos ninguém julga, as grandes notícias
são as maiores diz ela, são as maiores as de iniciativa
própria blindada. Dá-me uma surpresa nas entrelinhas,
um cabelinho com um sinal nos cones negros como
montinhos quando estás de frente, vamos em frente, sempre
para a frente do trânsito, das corujas, das girafas.
quero nesta casa outra noite sem dia - o oceano todo em baile,
os mamilos rosa em que eu
embarco sempre de novo
no rigor com o perfume
da época 

o país despido junto ao corpo – há tempos de voar como falcão
vale mais uma ruptura a curto prazo, o vento rondou
em todos os jornais, um pacto de namoro
onde não há nada a clarificar,
a possibilidade
do que vai à
pele

José Gil

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