quarta-feira, 13 de julho de 2016

Poema de amor

(Às mãos lindas do meu amor nos seios, Solange)
 

as mãos não precisam de flores, 
têm pétalas 
dos dedos escorregadios 
onde nasces, 

seguro-te a 
mão – traz muito pó das obras da rua 
mesmo em 
frente ao poema, mas o calor das mãos 
passa entre os dedos das janelas 
com o pó da ama - olho a tristeza da sombra 
e do 
anoitecer, abraço-te com o último amargo doce 

não 
tenho estratégia, o poema derrete este 
chocolate nas tuas costas de 
abraço, dobra não tenho plano, trago 
o papel e rendo-me à flor
apenas um lírio vermelho e os dedos 
e as ancas únicas como 
a primeira vez na fatal linguagem do desejo, 
são ambas no presente, enterneço e sinto,
tremo e falo em linguagem gestual corpo a corpo.
 
José Gil

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