a meu grande amor diário, Solange linda e jovem
o corpo fala um poema devorante até ao infinito vegetal,
o objecto tende a metamorfosear durante o fazer do amor
um belo copo de vinho Pinheiro da Cruz - o conteúdo da
comunicação em escalada de membros como palavras
multifacetadas são a ausência da coisa.
para evitar o longe e a distância do outro lado do oceano da
ilusão, vazio não há na palavra, o sacrifício de outras coisas
vegetais ou de fruta marinha do real escriturado todos os dias
de madrugada.
acordo todos os dias com o meu corpo sonhando o teu, explode
a ruptura - onde estás? aqui junto ao mar na Quinta da Marinha a
transcendência do prazer próprio do discurso na distância
inapreensível, mel e lábios, o objecto do poema é o próprio poema
e o sujeito do corpo e o corpo literário, folha a folha do principio
aos pés da língua do poema, até ficas desprevenida, na fresta imanente
da concentração, na fusão de sensibilidades outras.
cingir então o objecto poético e penetrá-la sempre duvidoso e incerto
com o início da adesão das ancas na claridade do prazer
a tatuagem da minha mão com música brasileira
descobre o corpo humano como um graffiti urbano na noite
até saber a velocidade da energia ritmada do coração, como te
amo, obscura luz em janeiro.
José Gil
7-1-16
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