segunda-feira, 25 de julho de 2016

Poema de amor

(ao impedimento do sol em janeiro, chove
à volta da lua a adormecer)

amo-te logo de madrugada, minha pretinha
de coração no andar por cima do corpo,
em análise no jardim verde como uma
estufa quente do meu sonho

um dia incompleto as horas frescas do dia,
com vento moderado dança, vira nos meus
braços, toco-te como nas páginas de um livro
uno, tangível aos seios mais claros, ainda é cedo 
na estrada da manhã, caminhada transparente
pelas pernas acima de um sonata de piano de
Chopin, um montinho para o prazer líquido, vamos,
onde vamos? avança com os dedos em creme no
jardim de relva negra, centra no ponto, uma
cereja para os dedos, o eixo frontal da vida
em fogo, pedra cal, o olhar perdido
na maior leveza do ser

José Gil

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