segunda-feira, 4 de julho de 2016

Poema de amor

à minha Princesa Solange
a pedra da tardinha para a noite, o sol puro,
vira-se a lua para encontrar a sequência,
o telhado ainda não foi colocado, fica
no rés-do chão com o vento que roda
  à volta da mesa o sol do quadril doce, volta-te

viva a tardinha fresca, o momento do invento
queria escrever um poema e só sai logo
o aroma do pó da pedra e do alecrim,
muda-me a sorte, muda-me o destino

os monges saltam as pedras junto ao rio
cada poema é uma oração, a vida uma
catedral, fresca a tua nave sobre os seios

interliga o desejo e a fome como o ardor,
vivemos onde menos se julga o andar
por terrenos soltos que mudam a viagem


José Gil

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