“a palavra poética é um acto em ruptura”
Casimiro de
Brito
Trago
contigo uma moça que raramente viu o mar em Minas
Milhares de
rostos de pó, alienação do minério impera em
Itabira –
eis o teu homem respirando a tua saia em dois mil
E seis
unidos no amor do bafo por umas mil e umas coisas comuns
E distintas
em Lisboa à beira do rio Tejo, recordando o drama de
Mariana à
beira lama, desocupada na tua rebeldia luminosa do
Desejo numa
união do oceano atlântico
Fingir é
conhecer, estou aí amor no gemido ouvido num silêncio
Habitado ao
teu corpo sobre o meu, onde se cria a criação.
A minha
poesia é polifacetada como os teus seios rosa claro e escuro,
Fome de
pele
Dos dedos de caramelo em brasa,
Leite creme
cristalizado entre as
Duas línguas
sobre os mamilos
As mãos no
orvalho do fumo da relva
Do teu
jardim nesta memória deste café
Onde se
conserva e conversa
A linha do
sol, o verão no Brasil,
A cachoeira
dos dias de namoro como
Aqui hoje a
chuva e a neve da estrela
De Portugal
ou outra neve presente
Em toda a
serra de Montemuro-Viseu-
Onde o teu
corpo em Reriz dança nú
A musica
poética brasileira ao longo
Dos anos.
Raro, raro nua bebes para
Aquecer o chá
branco Pai Mu Tan.
Das tuas
ancas nas minhas
Corre a
cortina do mais cerrado nevoeiro,
Voltamos para
a roupa e o carro para
Envolver chá
formosa Oolong
Aquece amor
um bouquet de rosas dentro
Do carro
para um romântico acordo a dois,
Deita-me nas folhas de eucalipto do banco de trás,
Pinhas para
acariciar as tuas costas de cima a baixo
Depois chá
verde com aroma de cereja japonesa
Como no
Império dos Sentidos
A abertura
ao mundo antecede a poesia
Nos teus
lábios, jogo criador entre os joelhos
Mexo a mão
nos joelhos e na totalidade do
Corpo entre
jogos e fantasias por um carro
Em pleno
nevoeiro e principio de noite na neve,
Sinto todo
o teu fôlego por uma respiração com
Gemido na
nova visão do ventre - evasão.
Eu estou
alegre, outro copo de vinho fresco,
Mesmo longe,
mesmo distante do Hotel de
Belo
Horizonte, 33º, os nossos caminhos
Chegam em
palavras verbais e orais mesmo
A dolorosa
palavra da esperança cada sábado à tarde.
Solta as
raízes do próprio corpo, o imprevisível
Seio direito.
Aqui no quarto chove e o poema se
Recompõe-se no mar
por outro corpo quente de chá
Branco, o
chá das princesas como tu, o triângulo,
A evidência
das ancas, o processos poético dos glúteos
Como o
aberto armário na ambiguidade de interrogar o real,
Ruptura com
o desenho feliz dos teus seios no tampo da mesa
Do escritório
a claridade do amor que te escrevo na paz rápida e forte,
A sabedoria
do enamoramento e do erotismo, Que dizer da estranheza
De tanto
desejo na solidão rugosa
Estamos sós
e vivemos pela poesia adentro. Fora e dentro
Uma extrema
concentração no global sensível, toca-te
Ambiente natural
vegetariano em que o chocolate aquece
Leite de
moça no próprio coração da coisa, o orvalho, o cabelo
Deslizante de
um calhau para a lua cheia de esplendor.José Gil
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