segunda-feira, 4 de julho de 2016

Poema de amor

deito as cerejas no umbigo, cor de verniz
os dedos rolam as redondas do corpo em
construção como a casa sobre a rocha

abrem-se as cerejas em palavras de vento

a frescura do calor imaculado sobre a pedra
da mesa longa, o teu corpo dobra-se no lugar
do umbigo e desce e sobe ao sabor da língua
nas cerejas em construção, elegante o corpo
junto à lágrima, avança o umbigo azul onde
quebram os dedos da casa, mão larga e lenta

no olhar do céu azul e cereja e branco como
o corpo envolto no lençol do leito imaculado

José Gil

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